sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

FILOSOFIAS


Somos todos hedonistas na vida
até que vêm
as inevitáveis porradas da vida
e nos conformamos,
heroicos,
estoicos.
Nós nos fechamos em mistério, pitagóricos,
compondo versos tão órficos
e sonhamos o impossível, platônicos,
homéricos,
até o mergulho no real,
aristotélicos.
É quando num desespero quase agostiniano
tentamos explicar o sagrado, tomistas,
até que desistimos de tanto, por nossas próprias forças,
luteranos,
esperando sermos escolhidos,
calvinistas.
Mas por que então cavamos, cartesianos,
e nos enchemos de deveres, kantianos,
sintetizando vontades opostas, hegelianos,
ou mesmo lutando por alguma mudança, marxistas,
se no fim resta somente este lugar,
essa quase vontade de se matar,
existencialistas.