segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O ÚLTIMO NOTURNO DE CHOPIN


As mãos bailantes ao marfim das teclas

Polonesas raízes aos pedais

Tal qual um cervo cravado de flechas

Expiaria em baladas seus ais.

 

Foste o ser feito para o piano

Como árvore com seiva em berceuses

Encurvada tísica sobre o tampo

Sobrevivendo marcada aos revezes.

 

Vendo prelúdios nas gotas de chuva

Tecendo uma valsa em um só minuto

Teus noturnos nascendo na tarde turva.

 

Mais de um século morto no Absoluto...

Ainda posso chorar a tristesse

Se tocas a marcha em tom diminuto.

 

 

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