sábado, 2 de fevereiro de 2013

O Professor de Estética


Ó caro professor,

Ouça minha crítica sem rancor,

Pois ando tendo um tremor de infelicidade

E não pretendo pagar a mensalidade.

 

O mundo é sintético demais em tua análise:

Queres achar Saussure nos sussurros

Umberto no eco

Barthes no bartender da história

Aristóteles no aristocrata do filme

Kant nos cantos do verso

E Hegel nas entrelinhas...

Basta!

 

Ora uma expressão do inconsciente,

Ora uma crítica marxista,

Queres achar a metalinguagem do Autor

Mas nem reconheces Deus na Vida.

 

“O poema contém tudo

menos poesia”.

 

João-de-barro de pedra

Água-viva morta

Comigo-ninguém-pode surrada

Abelha-rainha deposta

Louva-a-deus ateu

A tudo desconstróis!

 

Ó professor de estética,

Assassino da beleza de todas as coisas.

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