A Rosa Púrpura do Cairo
A
personagem saiu da tela
E
não gostou da história real:
O
enredo é monótono
Arrasta-se
o final.
Os
atores quase sempre medíocres
E
os espectadores sempre míopes.
Balões a gás
João
Baloeiro
Sonhava
com seu ofício:
Peidava
sob o cobertor
Riscando
um fósforo no orifício.
O Realejo
De
olho na coroa
Girando
o mudo desejo
E
o papagaio dançando à toa.
O
papelzinho dizia tragédias
Mas
por que tanto fel?
–
De um papagaio só se espera comédias –
Que
o velho permaneceu no estio
Em
casa, tomou um banho frio
E
o papagaio virou janta.
Incidente Animal
Na
pasmaceira do zoológico
O
hipopótamo, titã ilógico,
Cagava
na hélice de seu rabo titânico:
Público
pagante cagado e em pânico.
No Reino dos Moluscos
Nas colossais águas do mar abissal
O
polvo vermelho a tudo lança tentáculos
Tentando
deixar nos peixes-palhaços sua gosma de sal
Peixes-palhaços,
tão presos às anêmonas em seus pináculos.
É
obrigada a levar a concha por dentro;
A
dançarina espanhola, marafona,
Sobrevive de recursos suspeitos.
É que nunca
viu nada
Nem
desconfia
Da
rapaziada...
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