Sabe,
meu
amor,
Quando
o produto interno é bruto,
A
mão invisível é bofetada.
E
não há investimento astuto,
Não
há intervenção forçada,
Que
me faça mais ou menos estulto.
Que
aconteceu com nosso Consenso de Washington?
Que
foi feito de nossos votos
Secretos,
diretos e universais?
Que
foi feito de nossos princípios constitucionais?
E
de nossos orçamentos e planos ignotos?
Sabe,
meu
amor,
Se
essa inflação
Não
é bolha especulativa?
Se
essa recessão
Não
é um índice à deriva?
Se
debaixo dessa estagnação
Ainda
há alguma vida?
Sabe,
meu
amor,
nem
toda destruição é criativa.
Nem
todo proletário é batalhador.
Nem
toda meritocracia é distributiva.
Nem
toda distribuição é amor!
Responda-me
se é sustentável
A
nossa multiplicação.
E
se é razoável
A
nossa justificação.
Pergunte
a Marx, Malthus, Schumpeter,
Smith,
Keynes, Pareto e Weber,
Me
traga por favor uma rosa luxemburgo.
Me traga um ticket pro show dos chicago boys.
E
não pense mais em gulags ou expurgos,
Mas
só nos campos de girassóis.
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