sábado, 14 de outubro de 2017

MACROECONOMIA

Sabe,
meu amor,
Quando o produto interno é bruto,
A mão invisível é bofetada.
E não há investimento astuto,
Não há intervenção forçada,
Que me faça mais ou menos estulto.


Que aconteceu com nosso Consenso de Washington?
Que foi feito de nossos votos
Secretos, diretos e universais?
Que foi feito de nossos princípios constitucionais?
E de nossos orçamentos e planos ignotos?


Sabe,
meu amor,
Se essa inflação
Não é bolha especulativa?
Se essa recessão
Não é um índice à deriva?
Se debaixo dessa estagnação
Ainda há alguma vida?


Sabe,
meu amor,
nem toda destruição é criativa.
Nem todo proletário é batalhador.
Nem toda meritocracia é distributiva.
Nem toda distribuição é amor!


Responda-me se é sustentável
A nossa multiplicação.
E se é razoável
A nossa justificação.

Pergunte a Marx, Malthus, Schumpeter,
Smith, Keynes, Pareto e Weber,
Me traga por favor uma rosa luxemburgo.
Me traga um ticket pro show dos chicago boys.
E não pense mais em gulags ou expurgos,
Mas só nos campos de girassóis.





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