A
sentença foi promulgada e transitou em julgado:
Doze
anos de reclusão por pregar sem permissão.
Pregar
nas ruas, fora da igreja constituída, fora da lei do Estado,
Salvando
almas de pobres que pouco interessavam à nação.
Irmão
leigo, que à Igreja Batista de Bedford servia,
Funileiro
tão pobre que mal podia manter a família:
A
primeira esposa morreu, a filhinha cega lhe angustiava,
Seus
parcos estudos não lhe permitiam outra homilia.
Das
suas leituras mesmo, só a Bíblia – a Inefável Palavra,
E
os Comentários sobre a Epístola aos
Gálatas, de Lutero.
De
resto, sua literatura só nasceu da imaginação de sua lavra,
Da
sua disciplina de escrever e ensinar, e do sofrimento austero.
Seus
doze anos de prisão nos deixaram O
Peregrino:
Ó
inefável obra que a milhões serve de consolo e esteio,
E
que a mim mesmo me serviu de manual interino
No
início da peregrinação do caminho estreito!
Suas
cadeias não lhe prenderam, Bunyan, poeta imortal!
Sua
alegoria perene serve-nos de lição bem real!
Sua
final libertação e o resfriado que lhe pôs fim aos dias
Também
não lhe enclausuraram, nem mataram sua fantasia!
Agora
o Peregrino, o de verdade,
Entrava
no Reino dos Céus,
Levando
o Certificado do sangue de Cristo
(sua
identidade)
E
colhia finalmente entre palmas seus lauréis!
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