segunda-feira, 30 de março de 2015

JOHN WESLEY

Tição tirado do fogo,
Ardia teu coração em Aldersgate,
Ardia teu espírito quando pregavas,
Ardia o clamor das almas!

Filho de Susana e do Reverendo Samuel,
Criado na piedade materna e liturgia anglicana.
Teus muitos irmãos dividiam pouco espaço,
Mas não faltava espaço p’ra uma disciplina bereana.

Um dia, quando tua casa despencava em chamas,
Todos saíram, menos tu, que quedavas adormecido.
Milagrosamente conseguiram tirar-te do segundo andar
E tua mãe neste dia soube que Deus te havia escolhido.

Brilhante aluno no internato,
Jovem precoce em Oxford,
Fundaste um grupo para que te vias chamado
E todos falavam do garoto de Epworth.

Havia tanto método no estudo e na oração
Que outro nome não viram para vós que metodistas.
Ali dividias as prédicas com teu irmão Charles,
Com o corajoso Whitefield, fazendo intercessões e visitas,
Pregando nas ruas, nas prisões, nos porões imundos,
Cuidando dos miseráveis, dos esquecidos, dos pecadores,
Repetindo “A minha paróquia é o mundo!”,
Já que nos púlpitos oficiais só tinhas detratores.

Magoava-te a escolástica protestante erigida nas denominações,
O Deus-Relojoeiro autômato e naturalista das pregações,
Enquanto os “restos indesejáveis” da Revolução Industrial
se acumulavam pelas ruas e masmorras de uma Inglaterra bestial.


Demoraste para compreender que a salvação é pela graça,
Pregaste para os nativos da América e falhaste,
Amaste uma moça e neste noivado fracassaste,
Mas o homem de Deus só espera d’Ele sua taça.


Bebeste dos néctares celestiais,
Espraiando amor e construindo tua vida com heróis.
Reformaste o sistema educacional, prisional, teológico,
E continuavas, mero pescador de homens, lançando teus anzóis.


Deves ter andado e cavalgado 400 mil quilômetros
E pregado 40 mil sermões.
E mesmo sob chuva ou frio, neve ou trovões,
Mantinhas o mesmo coração aquecido de doces verões.


Teu legado muito suplantou o que esperavas.
E se vísseis o que contigo aprenderam os homens enfim,
Não chorarias nas poucas vezes em que te desesperavas,
Mas verias que hoje, mais do que nunca, precisamos, 
[desesperadamente, de homens assim!





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