Tição
tirado do fogo,
Ardia
teu coração em Aldersgate,
Ardia
teu espírito quando pregavas,
Ardia
o clamor das almas!
Filho
de Susana e do Reverendo Samuel,
Criado
na piedade materna e liturgia anglicana.
Teus
muitos irmãos dividiam pouco espaço,
Mas
não faltava espaço p’ra uma disciplina bereana.
Um
dia, quando tua casa despencava em chamas,
Todos
saíram, menos tu, que quedavas adormecido.
Milagrosamente
conseguiram tirar-te do segundo andar
E
tua mãe neste dia soube que Deus te havia escolhido.
Brilhante
aluno no internato,
Jovem
precoce em Oxford,
Fundaste
um grupo para que te vias chamado
E
todos falavam do garoto de Epworth.
Havia
tanto método no estudo e na oração
Que
outro nome não viram para vós que metodistas.
Ali
dividias as prédicas com teu irmão Charles,
Com
o corajoso Whitefield, fazendo intercessões e visitas,
Pregando
nas ruas, nas prisões, nos porões imundos,
Cuidando
dos miseráveis, dos esquecidos, dos pecadores,
Repetindo
“A minha paróquia é o mundo!”,
Já
que nos púlpitos oficiais só tinhas detratores.
Magoava-te
a escolástica protestante erigida nas denominações,
O
Deus-Relojoeiro autômato e naturalista das pregações,
Enquanto
os “restos indesejáveis” da Revolução Industrial
se
acumulavam pelas ruas e masmorras de uma Inglaterra bestial.
Demoraste
para compreender que a salvação é pela graça,
Pregaste
para os nativos da América e falhaste,
Amaste
uma moça e neste noivado fracassaste,
Mas
o homem de Deus só espera d’Ele sua taça.
Bebeste
dos néctares celestiais,
Espraiando
amor e construindo tua vida com heróis.
Reformaste
o sistema educacional, prisional, teológico,
E
continuavas, mero pescador de homens, lançando teus anzóis.
Deves
ter andado e cavalgado 400 mil quilômetros
E
pregado 40 mil sermões.
E
mesmo sob chuva ou frio, neve ou trovões,
Mantinhas
o mesmo coração aquecido de doces verões.
Teu
legado muito suplantou o que esperavas.
E
se vísseis o que contigo aprenderam os homens enfim,
Não
chorarias nas poucas vezes em que te desesperavas,
Mas
verias que hoje, mais do que nunca, precisamos,
[desesperadamente, de homens
assim!
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