“Eu não tenho medo de todos os exércitos da Escócia, eu tenho medo da
oração de John Knox!”
Maria, a sanguinária
Você
não era um brilhante intelectual,
Nem
um homem alto ou sadio ou forte.
Foi
ordenado padre sem qualquer diferencial
E
mais servia como notário que como sacerdote.
Suas
leituras de Jerônimo e Agostinho
Já
lhe inclinavam naturalmente para a Graça.
Conhecia
a Reforma sem conhecer o monge Martinho
E
não sabia o quanto lhe custaria tal ameaça.
Você
era patriota, cristão e defensor da liberdade.
“Dá-me a Escócia ou morrerei!”, era sua oração.
Queria
que sua pátria conhecesse a Verdade
E
a ela doava integralmente seu coração.
Os
boatos lhe envolveram no assassinato de um cardeal
O
que causou a intervenção de Maria de Guise.
Condenado
a remar nas galés como um Ben-Hur ancestral
E
depois exilado à Inglaterra de mais tiranos vis.
Chegou
a servir fielmente na Igreja de lá.
Há
um pouco da sua mão no Livro Comum de
Oração.
Tudo
ia bem até Eduardo morrer e Maria o trono dominar:
A
católica queria levar os protestantes à destruição!
Refugiado
em Genebra, estuda aos pés de Calvino.
Sai
com a missão de construir a nova Igreja em grande guerra.
Teria
de lutar até o último dia, pesado destino,
Como
Elias lutara com Jezabel em sua terra.
Seu
porte franzino se compensava entre os seus
Por
sua oração insistente de Gideão,
Como
a de Jacó lutando com seu Deus
Nas
madrugadas de lágrimas no chão.
Sua
timidez desaparecia no púlpito:
Sua
voz se inflamava do Espírito, às alturas,
Como
águia que espreita e mergulha de súbito,
Atacava
no coração dos fieis as dúvidas, as agruras.
Assim
levantou uma nação,
Assim
começou uma guerra civil,
Assim
o Parlamento aprovou a nova Confissão,
E
a Terra de Santo André não era mais servil.
Pela
primeira vez chamaram-se presbiterianos
E
continuariam mudando a História no Novo Mundo.
O
Sul de fortes raízes, a Nova Inglaterra dos puritanos,
As
missões que enviaram, as escolas fundadas, o esmero em tudo.
“Leia o capítulo onde lancei minha
primeira âncora”.
Essa
foi sua frase no leito de morte
À
sua amada esposa que lhe via partir
E
ela leu João, 17, sobre os cristãos e sua sorte:
“Não peço que os tires do mundo, mas
livra-os do mal”.
“Santifica-os na tua verdade, a tua
palavra é a verdade”.
Como
Jesus se despedia dos discípulos ao final,
Assim
também deixou seu povo, com amor e sobriedade.
Não
deixaram de caluniar-lhe,
Mas
que importa, quando Deus lhe conhece?
Se
o mundo está pronto a expropriar-lhe,
Acumula
no Céu o tesouro que não perece!
Só
assim pôde se desarmar.
Guardou
sua armadura, sua flâmula azul e branca,
E
agora entre os santos, entre os anjos a louvar,
Sua
alma descansa, sem ânsia, na Glória que tudo suplanta!
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