terça-feira, 8 de setembro de 2015

REV. DAVID WILKERSON




"Estou cansado da música que faz jovens pularem ao invés de dobrarem os seus joelhos."

"Evangelho Diluído não é Evangelho de Cristo".



Vivias num lugar pacato.
Teu pai e teu avô foram evangelistas.
Conhecias o fogo pentecostal inato
De louvores e cânticos avivalistas.


Cresceste alheio à geração perdida do jazz, ao modernismo,
aos beatniks, ao R&B se transformando em rock n’ roll,
à pop art, à nouvelle vague, ao feminismo,
aos tumultos de Woodstock, Ilha de Wight, Stonewall...


Nunca precisaste da droga de Albert Hofmann;
Nem dos contos macabros de E.T.A. Hoffmann;
Nem do piano de Fats Domino, de Little Richard;
Da guitarra de Chuck Berry, das portas da percepção
de Aldous Huxley, nem das portas de Jim Morrison
nem de sua Celebration of the Lizard...


Sabias do potencial inegável do Ocidente
Para sua própria corrosão,
Atingindo de maneira sutil e inconsequente
Sua própria prole em formação...


Ficaste chocado quando leste na Revista Life
O sinal dos tempos, sinal de morte.
A gang dos Dragons, suas correntes, porretes, canivetes,
Baseados, seringas, cicatrizes de toda sorte...


Teu ardor evangelístico clamou de dor e angústia,
Como o de Paulo na Atenas de filósofos vãos e deuses pagãos,
Que poderiam causar-te ódio, ojeriza e lamúria,
Mas só vias espoliados, condenados, erguendo imundas mãos!


Foste pregar, em becos, em buracos, em bocas,
Em bares, prostíbulos, boates, docas, e não poucas
Moradias precárias onde nem cães deveriam morar
Mas seres humanos lá viviam a se digladiar.


Como lobos em matilhas que disputam o poder
Com os dentes, as garras e os latidos,
Pelas fêmeas arrastando-se em troca de ser
Providas de entorpecentes, fetos natimortos e grunhidos.


Manhattan, Brooklyn, Bronx, Harlem Hispânico...
Com os restos que a América progressista vomitou
E escondeu nas suas entranhas de discrição e pânico,
Vendo o monstro que crescia e nunca recuou!


Quantas vezes não levaste para casa
Dependentes em crise de abstinência?
Quantas vezes não chamaste, com o coração em brasa,
Aqueles, chafurdados em excrescência,
Que não enxergavam um palmo à frente do nariz,
Para encontrarem, na Igreja da Times Square,
A única Luz que guia, o único Destino feliz?


E quanto a Nicky Cruz, o porto-riquenho,
Que lhe agrediu enquanto só lhe repetias, impassível:
“Jesus te ama!”, mas não como um jargão rouquenho,
E sim como quem vive o que fala, de forma tangível?
Ele foi ao culto, ele se arrependeu.
Ele chorou, ele se entregou a Cristo.
Levou a Palavra a outro, que também se converteu,
E não parou mais de pregar sobre o Messias que havia visto
Quando o Espírito lhe abriu os olhos do coração
Pra entender que Deus pode dar a qualquer um perdão
E salvar o mais iníquo dos homens, qual ladrão da cruz,
Seja ele Paulo, Maria Madalena, Mateus, Zaqueu, Raabe,
E até, se o quisessem, Judas Iscariotes, Jezabel e Acabe!


Tuas histórias de luta lançadas no teu livro,
A Cruz e o Punhal, publicado em 30 países,
Best-seller e transformado em filme,
Ainda influenciam a milhões e deitam raízes.
A Igreja na Times Square
Continua lá onde iniciaste teu trabalho.


O Desafio Jovem, que criaste nos anos sessenta
Para libertar os cativos do vício
– Que tanto arruína a dignidade de quem tenta
Inutilmente escapar a seu satânico ciclo –
Continua a exceder outros serviços de apoio em níveis de cura.
E perguntam alguns, perplexos: “Seria o fator Jesus?”,
Ao que a única resposta de clareza e de lisura
É a de que toda busca humana encontra seu fim na Cruz!


A paz que excede todo entendimento,
O amor que é inexplicável,
O lento laborar, mesmo em terra seca e nada afável,
Serão o selo do indizível, inexcedível salvamento!


Sabias disto tudo.
Tinhas teus momentos de sequidão
E sabias que os ataques das trevas do interno submundo
Sempre nos sobrevêm após cada celeste revelação.


Profetizaste que a Igreja da Ásia e da África
Cresceria em vigor e pureza em meio à perseguição,
Enquanto a Igreja do Ocidente cairia enferma e sem tática
Sitiada pelo materialismo, consumismo e mornidão.


Fizeste tua parte, até mais do que tua,
A nossa, que deixamos de fazer.
Até os 79 anos, o homem que saiu da igreja às ruas
Ajudou milhares de vidas a encontrar um novo viver.


Em 27 de abril de 2011, no Texas,
Seu Sedã Infinity bateu de frente com um caminhão.
Tua esposa, muito ferida, por pouco sobreviveu,
Mas tu morreste esfacelado – e assim deixaste este mundo de escuridão.


Tua mulher te seguiu no ano seguinte.
Deixaram 4 filhos, 10 netos, 2 bisnetos.
Mas deixaram uma obra muito maior por conseguinte,
Para viciados, prostitutas, arrependidos, sem-afeto e sem-teto,
Uma missão verdadeira, que não precisa começar
Com aventuras do outro lado do mundo desconhecido,
Mas com a alma sequiosa e miserável a vagar
Nas esquinas do seu bairro de coração endurecido...






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