Os amigos (isso ainda se usa?)
Decidiram
se encontrar.
Quem
foi pros USA?
Quem
foi pro Canadá?
Quem
venceu na vida?
Quem
perdeu?
(isso
de fato existe?)
Winners
or losers, that’s it?
Quem
achou o sentido da vida?
Quem
no trajeto se perdeu?
Qual
está desempregado?
Qual
se aposentou?
Qual
tem mais reclamado?
Qual
riu e gozou?
Qual
pedirá dinheiro emprestado?
Qual
é o invejoso? Qual se gabou?
O
médico ainda tem pacientes?
O
advogado ainda tem causas e honorários?
O
dentista ainda tem dentes?
O
antigo agitador ainda tem partidários?
O
empresário faliu? Enriqueceu?
O
escritor desistiu? Endoideceu?
E
quanto aos que não vieram?
Qual
destes não quer lembrar o passado?
Qual
guarda mágoas dos que vieram?
Qual
se matou? Qual está acamado?
Quem
teve filhos? Qual já tem netos?
Quem
casou? Quem se divorciou?
Qual
pensa que é o único certo?
Qual
sabe que sempre errou?
O
que falar: Profundidades? Banalidades?
Piadas
politicamente incorretas?
Uma
ou outra obscenidade confessa?
–
Você viu o preço do gás de cozinha? E do abacate?
–
Quem vencerá o campeonato?
–
Em quem vai votar pra deputado?
Os
amigos se entreolham,
Uma
roda de caubóis de faroeste.
Uns
fumam, uns alfinetam, alguns se doem,
Uns
passaram em concursos, passaram em testes,
Outros
foram reprovados e se encolhem.
Uns
seguram copos, uns seguram risos,
Outros
seguram lágrimas, outros mantêm o siso.
–
Muito que bem, mande lembranças à sua senhora!
–
Então, é isso, já é tarde!
– É...
o tempo é ruim. Já chove lá fora!
– Vamos
marcar qualquer coisa...
– Um
dia desses, quem sabe?
E
os amigos se foram, seguindo seu caminho.
Cada
um pensando, cada um sozinho.
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