Homem atormentado pela solidão.
Florentino
atormentado pela política.
Desiludido
deste mundo de ilusão.
Desterrado
nesta terra iníqua.
Em
teu sonho, onírica comédia
(ou
seria uma tragédia?)
Corolário
da escolástica, da baixa Idade Média,
Pariste
o Renascimento, a língua italiana e o mundo ocidental
Num
poema épico d’espiritual inédia.
Conduzido
pela mão de Virgílio,
Por
óbvio que puseste teus inimigos no Inferno,
Os
humanos, demasiado humanos, no Purgatório
(Tu
mesmo esperavas ali acabar, merencório?),
E
no Céu, é claro, Beatriz e seu rosto tão terno,
Que
amaste, menina, em idílio,
Mas
e se ela não tivesse morrido?
Te
perguntaste que tipo de mulher teria sido?
O
platônico é mais belo que o aristotélico,
O
desejo maior que a posse,
(E
a posse contínua é a morte do amor?)
Se
nos versos não imortalizasses o angélico
Do
momento frugal da apoteose precoce
Terias
alcançado em êxtase os pés do Criador?
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