“The Kingdom of this World is become
The Kingdom of Our Lord and of His Christ,
And He shall reign forever and ever!
King of Kings and Lord of Lords!
King of Kings and Lord of Lords!
Forever and ever, Hallelujah, Hallelujah,
Hallelujah!”
(Do oratório “Messiah” - 1741)
Natural de Halle na Alemanha,
Superstar em Roma,
Nápoles e Veneza,
Instalado definitivamente na Corte
Inglesa
De George II, George I e Ana.
Diretor em Londres da Real Academia de
Música;
Compositor de óperas: “Almira”, “Rinaldo”,
“Xerxes”, “Ácis e Galateia”.
Sua “Música Aquática” desfilava sobre o
Tâmisa,
Mas o público, mais e mais, cansava de
suas melopéias...
Cheio de dívidas, obeso e glutão,
Celibatário, para alguns
maníaco-depressivo,
Para outros, um grande humorista
bonachão,
Levava a sério seus dotes com tom
incisivo.
E pensar que seu pai, barbeiro-cirurgião,
E seu avô, pastor luterano,
Nunca viram com bons olhos sua vocação:
Só a mãe, às escondidas, incentivando,
Dava-lhe instrumentos escondidos no
sótão,
Que foram a única alegria depois de
órfão.
Mesmo com o pai morto, sua sombra
permanecia:
Georg cursa Direito, última vontade do
falecido.
Mas por óbvio que seu pendor não emudecia
E em Hamburgo, imberbe, toma do violino.
Em Lübeck, disputa um cargo de organista
Com Johann Mattheson, outro compositor,
Surgem rusgas de suas excentricidades de
artista
E acabam num duelo de espadas, de
etílico torpor.
Não fosse o botão do casaco roto
A desviar o golpe certeiro, ao peito, da
lâmina,
E não teríamos hoje o mestre barroco
Dos anglo-saxões e sua flâmula,
Que mesmo endividado e desprezado,
Compunha oratórios como um condenado
Que quer diminuir sua pena, escravizado
Ao mundo secreto de sua espiritual
campânula.
Quando rascunhava “O Messias”, sua
obra-prima,
Ao surgir-lhe a idéia do magnífico “Aleluia”,
Perguntou se estava fora do corpo ou
acima
Enquanto tão altiva melodia compunha.
Ao ouvi-la, à prima vez, o Rei Jorge
Levanta-se em sinal de respeito
E até hoje a tradição tem suporte:
Só se ouve o “Aleluia” desse jeito.
Handel também morreu cego como Bach,
Não deixou cônjuge nem herdeiros,
Mas deixou um mundo sonoro a se admirar
Carregado da realeza de um trompete
alvissareiro.
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