Filho
da nobreza de Yorkshire,
Vivendo
em contradições e refinamento.
Famosos
de Norfolk a Lancashire,
Seus
discursos o levaram ao Parlamento.
Jovem
político sagaz e conciliador,
Entre
viagens de navio e expresso a vapor,
Eventos
no jóquei e rodadas de bridge,
Acabou
por conhecer a obra de Philip Doddridge
(O
compositor do hino “Oh, Happy Day!”,
Que
celebra a liberdade do pecado e da lei):
“The
Rise and Progress of Religion in the Soul”,
Cujas
linhas, junto à Bíblia, seu coração quebrantou.
Lamentou-se
por sua desídia,
Tantos
anos jogados fora!
Haveria
perdão para um pecador de perfídia,
Mundanismo,
vaidade e desforra?
Em
Cristo há perdão para todos
E
agora somos escravos forros!
Mesmo
para Paulo assassino,
Maria
Madalena prostituída,
Zaqueu
e Mateus corrompidos,
Davi
tirando vidas!
O
filho pródigo pode retornar ao lar,
Que
o Pai sempre irá se alegrar,
Há
esperança para cada um de nós
Se
nos reconhecermos inúteis e sós...
Wilberforce
pensou até em ministério,
Mas
não só como pastor pode servir o homem cristão.
Deus
o queria em outro front, em outro
batistério:
O
fogo cruzado dos votos, atos, decretos e ação!
Por
quantos anos lutou para renovar costumes,
Combateu
a crueldade contra animais,
Estabeleceu
escolas para pobres, levou para as trevas lumes,
Financiando
missões transnacionais.
Litigou
pela liberdade religiosa,
Ajudou
a fundar a colônia de Serra Leoa
Para
os escravos fugidos de sua vida desditosa,
E
para não deixar detentos à toa,
Levava-lhes
livros, preces e atividade proveitosa.
Com
seu Grupo de Clapham,
Ficou
conhecido em toda Londres,
Freedom and faith captain!
Antepassado
das nossas ONGs!
Mas
sua luta mais famosa e encarniçada
Foi
pela completa Abolição da Escravatura.
Por
ela foi injuriado, espancado, na guerra árdua
Contra
a Coroa, a Corte, a Legislatura,
Os
conservadores e radicais,
E
a Companhia das Índias Orientais!
Vários
anos lhe renderam frutos:
Começou
pelo fim do tráfico negreiro
–
Os túmulos dos mares encapelados e brutos –
Que
fazia de marujos carrascos e coveiros.
O
Império Britânico se converteu em polícia
Dos
oceanos da aurora ao crepúsculo,
Contra
Portugal, Espanha e Bélgica, u’a milícia
De
óbvio êxito minúsculo.
Sabemos
por quanto tempo se escondeu o contrabando
De
seres humanos tratados pior que camundongos,
Praguejando
em porões suas mandingas em banto,
Fugindo
por selvas, construindo quilombos!
Nos
seus últimos dias sãos,
Em
julho de 1834,
Wilberforce,
com o rosto entre as mãos,
Ouvia
a leitura do Ato
Que
trouxe a Emancipação
Aos
filhos de Cam, de direito e de fato,
Quatro
dias antes de seu falecimento,
Foi
a carreira coroada de contentamento!
Amigo de John Newton, John
Wesley, Hannah More,
Sabia
que o cristão não pode deixar de fazer a diferença:
É
sal da Terra, luz do Mundo, mordomo-mor
Da
Casa Real em que vive o Trono da Divina Presença!
Por
isso pergunto a ti, também, cristão:
Que
testemunho tens dado aqui, com teu agir, teu coração?
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