domingo, 12 de abril de 2015

WILLIAM WILBERFORCE


Filho da nobreza de Yorkshire,
Vivendo em contradições e refinamento.
Famosos de Norfolk a Lancashire,
Seus discursos o levaram ao Parlamento.


Jovem político sagaz e conciliador,
Entre viagens de navio e expresso a vapor,
Eventos no jóquei e rodadas de bridge,
Acabou por conhecer a obra de Philip Doddridge
(O compositor do hino “Oh, Happy Day!”,
Que celebra a liberdade do pecado e da lei):
“The Rise and Progress of Religion in the Soul”,
Cujas linhas, junto à Bíblia, seu coração quebrantou.


Lamentou-se por sua desídia,
Tantos anos jogados fora!
Haveria perdão para um pecador de perfídia,
Mundanismo, vaidade e desforra?
Em Cristo há perdão para todos    
E agora somos escravos forros!
Mesmo para Paulo assassino,
Maria Madalena prostituída,
Zaqueu e Mateus corrompidos,
Davi tirando vidas!


O filho pródigo pode retornar ao lar,
Que o Pai sempre irá se alegrar,
Há esperança para cada um de nós
Se nos reconhecermos inúteis e sós...


Wilberforce pensou até em ministério,
Mas não só como pastor pode servir o homem cristão.
Deus o queria em outro front, em outro batistério:
O fogo cruzado dos votos, atos, decretos e ação!


Por quantos anos lutou para renovar costumes,
Combateu a crueldade contra animais,
Estabeleceu escolas para pobres, levou para as trevas lumes,
Financiando missões transnacionais.
Litigou pela liberdade religiosa,
Ajudou a fundar a colônia de Serra Leoa
Para os escravos fugidos de sua vida desditosa,
E para não deixar detentos à toa,
Levava-lhes livros, preces e atividade proveitosa.


Com seu Grupo de Clapham,
Ficou conhecido em toda Londres,
Freedom and faith captain!
Antepassado das nossas ONGs!


Mas sua luta mais famosa e encarniçada
Foi pela completa Abolição da Escravatura.
Por ela foi injuriado, espancado, na guerra árdua
Contra a Coroa, a Corte, a Legislatura,
Os conservadores e radicais,
E a Companhia das Índias Orientais!


Vários anos lhe renderam frutos:
Começou pelo fim do tráfico negreiro
– Os túmulos dos mares encapelados e brutos –
Que fazia de marujos carrascos e coveiros.


O Império Britânico se converteu em polícia
Dos oceanos da aurora ao crepúsculo,
Contra Portugal, Espanha e Bélgica, u’a milícia
De óbvio êxito minúsculo.


Sabemos por quanto tempo se escondeu o contrabando
De seres humanos tratados pior que camundongos,
Praguejando em porões suas mandingas em banto,
Fugindo por selvas, construindo quilombos!


Nos seus últimos dias sãos,
Em julho de 1834,
Wilberforce, com o rosto entre as mãos,
Ouvia a leitura do Ato
Que trouxe a Emancipação
Aos filhos de Cam, de direito e de fato,
Quatro dias antes de seu falecimento,
Foi a carreira coroada de contentamento!


Amigo de John Newton, John Wesley, Hannah More,
Sabia que o cristão não pode deixar de fazer a diferença:
É sal da Terra, luz do Mundo, mordomo-mor
Da Casa Real em que vive o Trono da Divina Presença!
Por isso pergunto a ti, também, cristão:

Que testemunho tens dado aqui, com teu agir, teu coração?


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