terça-feira, 12 de maio de 2015

REV. MARTIN LUTHER KING JR.



“Quanto mais eu observava as tragédias da História e a vergonhosa inclinação do homem para escolher o caminho mais baixo, mais eu via a profundidade e a força do pecado”.


“Ser abatido em um movimento que visa salvar a alma de uma nação é uma morte redentora”.



Estrela ascendente no lodaçal da humilhação,
Cavaleiro da esperança, da fraternidade, do enterrar o passado,
Meditando sobre o Evangelho, sobre Thoreau e Gandhi, em celas de prisão,
Por absurdas acusações de tumulto e desacato.


Rebento da Atlanta dos antigos confederados,
Tolhido por todos os lados pelas leis Jim Crow,
Pela Ku Klux Klan, por policiais brutos, por juízes comprados,
Por cartazes “White Supremacy!”, “Go, niggers, GO!”.


Numa terra nascida da luta pela liberdade
E pelos inalienáveis direitos constitucionais,
Jamais se via qualquer resquício de equidade,
Jamais os irmãos se consideraram iguais!


No Sul, os púlpitos brancos pregavam a maldição de Cam,
Os púlpitos negros só buscavam consolo Além do Jordão.
O blues amargo dos campos de algodão
Fazia coro com spirituals que fugiam desta terra vã.


Negros linchados pendurados em árvores como frutos
A se deixar apodrecer como uma nação apodrecia,
Multiplicando descalabros e insultos,
Segregando espaços, violentando a democracia.


.  .  .  .  .


Era primeiro de dezembro.
Rosa Parks, costureira cansada depois de um dia de trabalho
Se recusa a ceder lugar para brancos no assento.
É expulsa a pontapés, presa, fichada por delitos vários.


Começam os boicotes ao transporte público.
Começam as marchas a cortar o país.
Não sem sangue, sem lágrimas, sem luto,
Mas pela dignidade, pelo respeito, pelos direitos civis.


Não era uma revolução violenta
Como o quiseram Malcom X, Stokely Carmichael,
E não era uma vingança sangrenta,
Mas uma guerra santa do Novo Israel.


As armas eram a paz, o amor ao próximo,
A resistência pacífica, o despertar das consciências,
Desenvolvendo o melhor, relembrando o óbvio,
Mudando séculos de ingerências.


Reverendo Martin, o líder que Deus preparara,
Como o outro Martin, quinhentos anos antes,
Lutava contra o status quo da injustiça avara
Que tanto cegava o povo quanto seus governantes.


E aos poucos caíam os antigos monstros:
Ruía a segregação, ampliava-se o direito ao voto.
Faltava a Guerra do Vietnã, os pobres e seu destino ignoto,
Mas agora já era impossível calar e tornar os rostos.


Sabemos que o preço foi caro, foi sim.
Já custara o sangue de Lincoln, dos irmãos Kennedy,
As calúnias de J. Edgar Hoover do FBI,
Milhares de mortos anônimos no Mississippi, no Tennessee...


E por fim, em 4 de abril de 1968,
Foi a sua vez, pastor e herói negro da fé,
Alvejado por balas assassinas de um espírito morto
Que sequer deveria saber o tamanho do mal que causava ou o que de fato 
[Deus quer...
Ó pregador incansável do cristianismo num mundo torto
Que açoita o irmão com a Bíblia na mão,

E usa as paredes da igreja para manter o ódio de pé! 





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