segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A Busca

            Senhor, o que guardais enovelado em Vossos dedos de luz?
            Meu destino, meu futuro, a lembrança de meus pecados?
            Os trilhos da Sagrada Estrada
            Que não percorri
            Por temor ou egoísmo?
            Senhor,
            Por que
            A cada dia que me olho no espelho
            Vejo uma falência quase brutal?
            Um homem que eu deveria reerguer,
            Despir da lama,
            Transformar ele mesmo em espelho
            De virtudes e de esperanças,
            Em centelha do Batismo de Fogo,
            E amansá-lo como a um cordeiro.
            Ah, Senhor, quantas vezes, ingrato, duvidei,
            Não acreditei no que poderíeis fazer por mim!
            Não acreditei no que poderíeis fazer em mim!
            E, no entanto, há a estrada de cascalhos e de rosas,
            As paradas de reabastecimento e de ilusão sombria,
            A cruz dos outros homens
            Que se parecem tanto comigo
            E realmente têm o mesmo sangue que eu.
            Ah, Senhor, à noite, quando busco refúgio nas cabanas,
            Os coiotes uivam, e os lobos levam ovelhas entre os dentes...
            Ah, Senhor, eu orei e eles partiram,
            Mas havia quem os chamava por nomes estranhos e os alimentava!
            Ah, Senhor, como é difícil
            Percorrer as ladeiras das cidades-fantasma
            E não desejar para agora mesmo o bálsamo paradisíaco!







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