segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Simão é Pedro

“Nunca seremos afortunados, nunca!”
                                               Simón Bolívar, ao General Urdaneta

“É tempo... Independência ou morte!”
  D. Pedro I, às margens do Ipiranga, 7 de setembro de 1822.

“Temos guardado um silêncio bastante parecido com a estupidez...”
Proclamação insurrecional da Junta Tuitiva na cidade de La Paz, em 16 de julho de 1809.


            Oh, América Latina!
            Teu vestido é comprado a sangue.
            Teus filhos são bastardos.
            Tua mãe é solteira e sifilítica.
            E quiseram que tu trabalhasses
            Nas ruas, de engraxate.
            Nos palcos, de mambembe.
            Nos aterros, de mendiga.
            Nas alcovas, de biscate.
            Ah, Simão Bolívar
            Ah, Dom Pedro
            Antes de apóstolos
            Foram utópicos e egocêntricos;
            Mentiram para nós
            Os círculos concêntricos:
            As três pessoas da Trindade Terrena:
            O Pai, que é Tio e se chama Sam.
            A Mãe, princesa Europa raptada por Zeus.
            O Espírito, do Sol Nascente de Shogum-San.
            Todos uma enorme blasfêmia contra Deus!
            Tens inda uma irmã, asiática, aidética
            Que de tão fechada, se abriu ao feitor;
            E um irmão, faminto, fratricida, de tez desértica
            Que se estende do Nilo ao Bojador.
            E com os irmãos mais novos do Sul,
            Cercados de mares por todos os lados,
            Formam uma linda família feliz,
            (Mas só no porta-retratos!).


Nenhum comentário:

Postar um comentário