segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Na Imensidão Compreendi

            Pai,
            Em meu claustro distante,
            Posso assim chamar-Te.
            Com certa familiaridade.
            Como Teu filho.

            E como todos os Teus filhos clamam,
            Eu clamei.
            Clamei para compreender o mistério
            Do Deus Trino e Uno.
            Do Pai que cria.
            Do Filho que redime.
            Do Espírito Santo que age e enche da Graça.

            A pomba branca que João Batista viu descer.
            O livro aberto que forma asas.
            A mulher adúltera que não foi apedrejada.
            A mulher samaritana a quem Cristo dirigiu a palavra.
            A Palavra que dirige a cada um de nós,
            Apesar de tudo.

            Compreendi que no princípio era o Verbo
            E a gênese ecoou das profundezas da minha origem.
            E eu fui despido de lascas de crosta pedregosa
            E havia a todo tempo quem me visse e ouvisse.

            Calei as vozes do mundo
            E ouvi, densa, carinhosa,
            A voz de meu Pai
            Que me chamava ao rebanho
            E, Pastor atento,
            Deu-me um sininho de bronze
            Que agito entre minhas brancas lãs,
            Quando quero passear pelas veredas.

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